Conflitos em condomínio: o que diz a lei e como resolve problemas entre moradores?

Conflitos entre moradores de condomínios são mais comuns do que se imagina. Seja por causa de uma vaga de garagem, barulho fora do horário permitido ou até mesmo desentendimentos pessoais, a convivência em um ambiente compartilhado pode se tornar desafiadora. Mas como lidar com esses conflitos à luz da lei?

Origens dos Conflitos

De acordo com uma pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Condominial (IPC), em 2022, 68% dos condomínios brasileiros registraram pelo menos um conflito entre moradores no último ano. As principais causas citadas foram desentendimentos sobre áreas comuns (32%), barulho (28%) e problemas relacionados a animais de estimação (16%).

Marco Legal

A advogada Dra. Camila Tenório, especialista em Direito Civil, que abrange também o Direito Imobiliário, explica que o Código Civil é a principal base legal quando se trata de conflitos em condomínios. “O Código estabelece as regras básicas de convivência e direitos e deveres dos condôminos”, comenta. Além disso, cada condomínio possui sua própria convenção e regimento interno, que também devem ser respeitados.

Mecanismos de Resolução

Quando os conflitos surgem, o primeiro passo é tentar uma conciliação entre as partes envolvidas. Muitos condomínios têm investido em mediação, um método extrajudicial que busca um acordo entre os moradores sem a necessidade de levar o caso à  Justiça.

Caso a mediação não funcione, o síndico pode aplicar advertências ou multas, conforme estabelecido na convenção do condomínio. Em situações mais extremas, se o problema persistir, a questão pode ser levada a juízo.

Consequências Legais

Segundo Dra. Camila Tenório, o não cumprimento das normas do condomínio pode resultar em penalidades. “O morador que descumprir reiteradamente as normas pode, inclusive, ser obrigado a se desfazer do imóvel, embora essa medida seja rara e extrema”, pontua.

Orientações para Síndicos e Moradores

Para evitar que pequenos desentendimentos evoluam para grandes conflitos, a recomendação é investir na comunicação. Reuniões periódicas, murais de recados e canais de comunicação direta entre síndico e moradores podem fazer a diferença.

Além disso, conhecer profundamente a convenção e o regimento interno do condomínio é fundamental. “Muitos conflitos surgem simplesmente porque os moradores não conhecem as regras”, destaca Dra. Camila Tenório.

Em última análise, o respeito mútuo ainda é a melhor ferramenta para garantir uma convivência harmoniosa. Em um ambiente onde todos são vizinhos, a empatia e o diálogo são fundamentais para construir um espaço de paz e colaboração.

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